Responsável por 28% do PIB, o agronegócio brasileiro participa com menos de 5% do seu valor comercializado na bolsa. A expectativa é que o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAgro) garanta recursos para custear a produção, comercialização, industrialização e investimentos. Aprovado pelo Congresso Nacional em 2021, o FIAgro já superou um volume de emissões de mais de R$ 10 bilhões, mostrando que o mercado de capitais é uma ótima solução para os problemas de crédito no setor agropecuário. No último dia 07, o senador Zequinha Marinhom, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), acompanhou a cerimônia de assinatura do convênio de cooperação técnica entre representantes do Instituto Pensar Agro (IPA) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para viabilizar as fontes de financiamento do agro no mercado de capitais.
“O FIAgro se trata de um instrumento fundamental para a consolidação e avanço do agro. Esse fundo garante mais recursos para a expansão e inovação da produção do agronegócio”, avalia o senador Zequinha.
Estima-se que a agropecuária nacional necessite de aproximadamente R$ 1 trilhão em financiamento para sua expansão. Desse total, o setor tem acesso a cerca de R$ 300 bilhões por meio de crédito subsidiado (Plano Safra) e R$ 300 bilhões são capital próprio. Outros R$ 300 bilhões a R$ 500 bilhões o setor consegue por meio de empréstimos, e alguma parcela tem origem em financiamentos por meio do mercado de capitais.
Esse número deixa claro a demanda por financiamento privado que existe no setor, que para continuar a crescer e se modernizar precisa que alternativas de investimento se somem.
De acordo com o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), o FIAgro é fundamental para atrair investidores e trazer resultados importantes para o País. “Será um grande avanço para a economia e para financiar o agro. É um sentimento de vitória de filho, pois foi criado dentro da nossa FPA”.
O mercado de capitais é uma alternativa favorável para auxiliar o agro, especialmente porque há nele muito espaço para a expansão da agropecuária, já que hoje o setor é responsável por mais de ¼ do PIB do país, e é sub-representado na B3, com menos de 5% do seu valor comercializa na bolsa. Essa sub-representação, no entanto, não impediu que o Índice BrasilAgro (índice das ações das companhias do agronegócio listadas na Bovespa) tivesse alta de aproximadamente 60% em 2020.
FIAgro – é uma junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos de investimentos do agronegócio, sejam eles de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas a produção do setor. Cabendo ao administrador do fundo realizar a captação de recursos com os investidores por meio da venda de cotas.
Os rendimentos recebidos pelo FIAgro, obtidos com venda ou locação de imóveis rurais, são distribuídos periodicamente aos seus cotistas. No caso da aplicação do FIAgro em títulos e valores mobiliários, a renda se originará dos rendimentos distribuídos por esses ativos ou ainda pela diferença entre o seu preço de compra e de venda (ganho de capital)