Representantes do setor florestal e parlamentares da bancada de seis estados da Amazônia participaram, na última quarta-feira, 06 de novembro de 2019, de reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para pedir ajuda ao governo para a retomada do segmento. Na ocasião, entregaram um documento em que solicitam a construção conjunta do Programa de Fortalecimento do Setor Florestal da Amazônia.
O documento, elaborado pela Frente Pró-Floresta da Amazônia Legal, ressalta o fechamento de postos de aproximadamente 190 mil postos de emprego nos últimos 16 anos em decorrência da pressão ambiental e das dificuldades impostas ao setor. Em 2003, a atividade madeireira empregava cerca de 210 mil trabalhadores na Amazônia. Atualmente, esse número foi reduzido para 20 mil.
Na reunião com o ministro do Meio Ambiente, os representantes do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia, sugeriram a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para destravar os gargalos do setor florestal.
De pronto, o ministro Salles acatou a sugestão para instalar o GT. “Precisamos de apoio para fazer as mudanças, para colocar a racionalidade, para fazer valer a lei”, comentou o titular da pasta. Na visão do ministro “a irracionalidade com que foi tratada a indústria, impedindo que ela pudesse prosperar, só jogou as coisas para a ilegalidade”.
O coordenador da bancada do Pará, senador Zequinha Marinho reforçou a necessidade do governo estruturar um plano de desenvolvimento regional sustentável para a Amazônia. “Somos 24 milhões de brasileiros que, no passado recente, foram esquecidos e deixados à margem das políticas públicas. É preciso resgatar o papel de protagonista do povo amazônida, dando a ele oportunidades para viver com dignidade e condições para o seu sustento”, defendeu Zequinha que entende que a “reativação do setor florestal abre novas oportunidades para a geração de emprego, renda e o desenvolvimento da região amazônica”.
O presidente da Cooperativa das Indústrias Florestais e Empreendedoras do Amapá, José Ribamar Rodrigues, entende que os problemas enfrentados são semelhantes entre os estados da Amazônia, e a solução encontrada para destravar a atividade no Amapá pode viabilizar o segmento no Pará, “por isso o GT, ao reunir todos em uma mesma mesa, tem esse potencial para destravar e resolver os problemas do setor”, disse.
Também presente na reunião, o deputado federal Delegado Éder Mauro (PSD-PA) reforçou a defesa de que “o setor é a única atividade que pode verdadeiramente manter a floresta em pé, baseado no tripé da sustentabilidade”. De acordo com o deputado, viabilizar a indústria madeireira significa retomar o crescimento e o desenvolvimento da região amazônica.
No documento, o setor pondera a necessidade de uma agenda florestal estratégica que simplifique a gestão florestal, garanta segurança operacional e jurídica para a atividade florestal, e a ampliação de incentivos à produção. Como proposta, a Frente Pró-Floresta da Amazônia Legal indica a utilização de parte do Fundo Amazônia na implementação de tecnologia em todas as modalidades do manejo, principalmente os comunitários.
“Queremos construir um Marco legal, com iniciativas que possam responder principalmente com justiça e atenção à parte considerável do PIB e a todos que esperam por essa resolução”, defende o coordenador da Frente e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Sidney Rosa.
Para o coordenador da Frente “é preciso resgatar o prestígio do setor florestal, conscientizando e educando ambientalmente a sociedade. Precisamos que os governos, federal e estadual, utilizem-se do princípio da boa-fé daqueles que trabalham no segmento, e não do princípio da má-fé, criminalizando e marginalizando o setor que mais contribui para a preservação do meio ambiente”, concluiu.